O termo inovação é um derivado do latim innovatio, que traduz a ideia de
algo com padrões diferentes dos anteriores. E é assim que devemos
encarar a inovação empresarial: uma novidade que revolucione, de certo
modo, o mercado. “No mundo empresarial, a ideia de inovação está
associada ao conceito
de competitividade: a empresa só inova quando se torna mais
competitiva, ou seja, quando encontra um novo nicho de mercado”, explica
Alain Fares, diretor executivo do Centro para Inovação e
Competitividade (CIC), no Rio de Janeiro (RJ).
ara Carla Virmond Mello, especialista em carreira e diretora das
consultorias Acta e DBM do Brasil, o profissional também possui um papel
fundamental no momento das inovações. “Inovar significa pensar sempre o
que pode ser melhorado, facilitado e economizado”, comenta. “Cabe a
cada um refletir e questionar como fazer mais em menos tempo e com menos
recursos”, explica.
Como se diferenciar
A ideia de inovação deve fazer parte da estratégia de uma empresa.
“Algumas instituições compreendem que seu caminho para o sucesso já está
traçado e não há nada para ser modificado”, conta Fares. “Porém é a
inovação que trará o diferencial competitivo para a empresa e também
abrirá a possibilidade de atingir nichos de mercado que não estavam
previstos anteriormente”, argumenta.
Para Carla, os inovadores saem na frente durante esse processo. “Um
profissional inovador é aquele que sabe explorar habilidades como
investigação, pensar fora da caixa, reflexão, curiosidade, o não
comodismo e uma visão sistêmica, além da antecipação de tendências e da
percepção de novos hábitos de vida e consumo”, explica. Ela também
ressalta que a inovação pode ser feita a partir de pequenos atos. “Nem
sempre são grandes invenções, que necessitam de grandes investimentos.
Uma inovação pode ser uma reflexão, uma forma de agir diferente, sem
medo e sem censura”, afirma.
Para Fares, a inovação também pode ser vista sob óticas diferentes.
“Ela não passa, necessariamente, pela criação de um produto ou serviço
totalmente novo. Muitas vezes é algo adaptado, criando uma nova oferta
para um público diferente”, comenta. Uma inovação simples foi o
surgimento do Post-it, que uniu um adesivo de fácil remoção a um bloco
de notas. Criou-se uma nova necessidade, e os Post-its são utilizados no
mundo inteiro até hoje.
Responsabilidade de quem?
Carla Mello acredita que a inovação é papel de cada um – seja empresa
ou colaborador. “Os profissionais mais comprometidos fazem isso
naturalmente, até mesmo por uma questão de consciência empreendedora”,
afirma a especialista. E as empresas devem ir atrás de profissionais que
busquem inovar. “Esse, sem dúvida, é um profissional preocupado e
engajado não apenas com a sua empresa, mas com as suas atividades e a
sustentação do negócio”, destaca.
Para ela, quanto mais inovador é o profissional, também é mais
comprometido – e a questão da competitividade vem como consequência. “Um
profissional comprometido verá com facilidade novas formas de
desenvolver seu trabalho e naturalmente estará mais preparado diante dos
demais”, explica.
Sob o ponto de vista empresarial, Fares acredita que a empresa deve
incentivar e promover as inovações. “Escutar as ideias dos colaboradores
é importante, porém não é isso que fará a organização ser inovadora”,
comenta. “É necessário investir no treinamento e na capacitação dos
funcionários, para que todos entendam o que é inovação e saibam colocar
os processos em prática”, completa.
Para ele, o movimento pela inovação é semelhante ao movimento de busca pela qualidade
nos processos e atividades de uma empresa, que aconteceu entre os anos
80 e 90. “Naquela época, as empresas só tiveram sucesso quando
compreenderam a qualidade almejada e executaram os processos aprendidos,
tudo através de investimentos e capacitações”, explica Fares.
“Atualmente uma empresa que não investe em qualidade não irá sobreviver
no mercado”, finaliza.