O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) deve julgar nesta terça-feira à
tarde o pedido da Odebrecht, construtora responsável pela construção da
Arena Pernambuco, para considerar ilegal a greve promovida pelos 2.386
trabalhadores que erguem o estádio, futura sede da Copa de 2014. As
obras estão paralisadas há seis dias.
Segundo a diretoria do Sintepav-PE (Sindicato dos Trabalhadores das
Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Terraplanagem), o
estopim para a greve foi a insatisfação dos operários em relação ao fato
de a Odebrecht não ter pago horas extras de alguns dias de dezembro. Os
trabalhadores reivindicam ainda plano de saúde, um aumento no valor da
cesta básica e a equiparação dos salários oferecidos aos operários do
complexo industrial e portuário de Suape, a 60 km do Recife. A Odebrecht
faz parte do consórcio responsável por essa obra também.
A Odebrecht alega que a greve no estádio é ilegítima pois está em
vigência --até julho-- um acordo firmado no ano passado com os
trabalhadores no qual foi estipulado o atual valor dos salários e os
benefícios. A empresa promete pagar nesta terça-feira a PLR
(Participação nos Lucros e Resultados).
ALERTA PARA A COPA DAS CONFEDERAÇÕES
Autoridades envolvidas com a organização da Copa no Recife acreditam
que, se a greve persistir, poderá haver atrasos nas obras do estádio,
que ainda depende de aval da Fifa para sediar jogos da Copa das
Confederações, em junho de 2013. O prazo estipulado para a entrega da
arena, que chegou aos 30% de sua conclusão, é 30 de abril de 2013.
No ano passado, quando a Fifa incluiu Recife como uma das possíveis
sedes da Copa das Confederações, a Odebrecht antecipou o prazo de
conclusão da Arena Pernambuco, inicialmente previsto para agosto de
2013. A entidade máxima do futebol deve fazer nova vistoria em junho
para definir se a cidade poderá receber os jogos da Copa das
Confederações.
"A greve afeta bastante o cronograma. Nós temos um prazo apertadíssimo.
Isso realmente pode prejudicar o andamento para a Copa das
Confederações. É a segunda paralisação em menos de dois meses", afirma
Marcos Lessa, diretor-presidente do consórcio responsável pelas obras na
arena, lembrando da greve ocorrida em novembro, que paralisou as obras
por seis dias
"A nossa expectativa é que o Tribunal Regional do Trabalho reconheça a
ilegalidade do movimento e, com isso, permita que as obras sejam
retomadas tranquilamente e não se comprometa o cronograma da obra que é
estreito em função dos prazos definidos pela Fifa. Se a paralisação for
ampliada quem vai perder é o Estado de Pernambuco, que perderá o prazo
para cumprir a obra mais importante para a Copa das Confederações", diz
Ricardo Leitão, secretário da Copa em Pernambuco.
Fonte: Folha de SP